«É embaraçoso para a economia explicar que 850 milhões de pessoas no mundo ainda carecem de uma alimentação suficiente para satisfazer as suas necessidades calóricas básicas ou que 1.2 mil milhões de pessoas por todo o mundo vivam com menos de 1.25 dólar por dia (pobreza extrema)1.Perante tais desigualdades mundiais, que provocam situações de pobreza extrema, surgiu há quase 30 anos uma proposta de um novo paradigma na economia. Um novo paradigma que assenta numa nova cultura: a cultura do dar».
A economia de comunhão caracteriza-se por conjugar a eficiência necessária à economia com a fraternidade própria da condição humana. Este novo paradigma económico acredita que os comportamentos económicos podem ter por detrás uma outra visão do homem: o homo donator, isto é, aquele que é capaz de dar porque se preocupa mais com o bem-estar de uma comunidade do que com o seu “auto-interesse”. O homo donator caracteriza-se por colocar o “outro” no centro das suas preocupações, interessa-se mais em dar do que em acumular, procura uma sociedade que substitua o verbo ter, pelo dar. É um homem aberto à comunhão, que percebe que o bem do próximo também lhe afecta.
João Raposo